sábado, 9 de julho de 2011


 

1897 Santos Dumont


 

 
Santos Dumont depois de muito meditar, desenhou um modelo e procurou a oficina de M.R. Cabreu, perto de sua residência. Aí executou, ele mesmo, com o auxílio dos operários da oficina, um motor diferente, que, em síntese, seria a superposição de dois motores de triciclos em um só carter de modo a acionar um só eixo de manivela. O todo seria alimentado por um só e único carburador. Para diminuir o peso do motor eliminou várias peças que julgou dispensáveis – tudo sem prejuízo de sua solidez. Depois montou esse "motor alto" na carroceria de um veículo comum – e conseguiu um automóvel original para a época: leve, resistente, rápido e com três cavalos e meio de força. E o mais importante: com o possante motor pesando apenas 30 quilos. Isso para 1897, era um grande feito, pois nunca, até então, se conseguira fazer uma máquina motriz com peso inferior a 10kg por HP.
Fonte: Livro Rodas




1903/04 Bonadei


Nascido na Itália em 1879, Claudio Bonadei veio para o Brasil com 20 anos de idade. Iniciou sua vida profissional em São Paulo (mecânico de máquinas de costura), dedicando-se à mecânica como hobby; em 1903 aproveitando um chassi de um modelo usado e utilizando um motor importado da França, construiu no quintal de sua casa um automóvel, pela primeira vez no Brasil. Ele mesmo fez a carroçaria - modelo tonneau - e quase todos os acessórios, como buzina, lanternas e rodas. Dois anos depois, quando o carro ficou pronto, Bonadei verificou que não poderia levá-lo à rua senão derrubando as paredes da garagem. Foi o que fez; e, na estréia do automóvel, subiu a ladeira da avenida São João, sendo aplaudido pelos pedestres que assistiram à façanha. O mecânico se transformou no primeiro a realizar o sonho da classe média: ter um carro e levar a família para passear nos fins de semana. E no maior estilo, trajando quepe, óculos contra poeira, e uma capa de linho que ia do pescoço aos pés.
 
Fonte: Enciclopédia do Automóvel e edição especial Quatro Rodas "O carro no Brasil".
Colaboração de
Lindeberg de Menezes Jr.
 

 


1927 CAMINHÃO BANDEIRANTE

Imagem extraída da página 204 do livro Ônibus - Uma História do Transporte Coletivo e do Desenvolvimento Urbano no Brasil, de Waldemar Corrêa Stiel. Tem a legenda Primeiro caminhão totalmente feito no país, 1929.

Na página 75 da mesma obra, encontramos, na linha do tempo, o seguinte texto:

1929, Janeiro. É enviado para a exposição de Sevilha, onde figuraria no pavilhão do Brasil, um automóvel que, ao que se sabe, foi o primeiro automóvel inteiramente construído no Brasil. O veículo, que foi fabricado pelos engenheiros mecânicos Prestes & Cia., tinha toda a matéria-prima, inclusive o motor, construído com produtos nacionais. O principal construtor foi o Dr. José Augusto Prestes. Tratava-se de um auto-caminhão para cargas, com capacidade para sete toneladas e equipado com um motor de 60 HP. "Todo o material, motor, chassi, rodas e cárteres de aço, foi fabricado no Brasil."

Já na obra Automóvel no Brasil - 1893-1966, de Vergniaud Calazans Gonçalves, encontramos à página 38 a seguinte informação:

1927. Circula no Rio o primeiro autocaminhão fabricado no Brasil, construído pela firma A. Prestes & Cia., com o nome de "Bandeirante". Com motor de 4 cilindros, de 45 C.V., pode transportar 7 toneladas, desenvolvendo a velocidade de cruzeiro de 40 km/hora.

Como se vê, trata-se do mesmo veículo, apesar da divergência em relação à potência do motor.

Conclui-se que o Bandeirante saiu às ruas em 1927 (segundo Calazans), e viajou à Espanha em fins de 1928 para a exposição em Sevilha em janeiro de 1929 (segundo Stiel).

Talvez a diferença observada na potência do motor se deva não só aos diferentes padrões de medida (HP e CV, diferença irrisória em valores nominais), mas também a um possível desenvolvimento do motor ocorrido entre 1927 e 1929.

Colaboração de Lindeberg de Menezes Jr. (o incansável colaborador)


 


1932 KÜSTERS ALFA ROMEO
 
 
 

Joachim Küsters, projetista de lanchas, também desenvolveu carrocerias bastante arrojadas para automóveis nos anos 30, dentre elas este exótico Alfa Romeo, feito em Salvador, Bahia, em 1932. Note a incomum colocação do estepe, o perfil aerodinâmico da capota, os  pára-lamas, as rodas. O carro lembra uma lancha em velocidade, cortando a água.

Fonte: Revista Motor 3, abril de 1982.
Colaboração: Lindeberg de Menezes Jr




1952 Rural-1 (O primeiro Jipe brasileiro)




Equipe que construiu o Rural. Genésio (apoiado sobre o capô esquerdo do jipe) comandou o projeto
 
Construído por Genésio Baccarelli, baseado nas idéias de Mario Barros do Amaral (proprietário de uma empresa de importação de Land Rover).
 Foi utilizado um chassi de tubos retangulares e carroceria em chapa de ferro comum, desenhada pelo italiano Giuseppe Pazzini. O motor era um Continental de quatro cilindros à gasolina. O câmbio era da marca Timken, com três marchas à frente mais a ré. A parte elétrica era de 12 volts e o sistema de direção do tipo rosca sem fim. Os eixos, tanto o dianteiro como o traseiro foram retirados de um Chevrolet 1940 e tiveram uma adaptação para receber as pontas dos Land Rover. O sistema de tração era comum com caixa de redução do Willys, com acionamento por alavanca. Os pneus eram Dunlop militares, do tipo Track Grip 600x16. Tinha capota de lona removível, duas portas e janelas de vidros corrediços, volante idêntico ao do Land Rover, três bancos individuais na dianteira. Mais dois protótipos foram construídos. O segundo acidentou-se nas imediações da fábrica, o terceiro nem chegou ao final da montagem. A empresa passava por dificuldades. O projeto foi abandonado.

Fonte:
Revista 4x4 e Pickup
Colaboração de
Lindeberg de Menezes Jr.


 


1954 Auto-Drews




 
Construído em 1954 pela Auto-Drews Ltda, de Curitiba-PR. Carroceria montada em um chassi de Volkswagem.
Fonte: http://gutefahrt.com
Colaboração de
Lindeberg de Menezes Jr.

 


1954 JIPE-MIRIM
 

 


 
O carrinho foi construído em Rio Bonito, por José Cardoso da Silva, e era cópia fiel do Jeep Willys. O Jipe-mirim desenvolvia 70 km/hora. Seu motor era de uma máquina de soldar marca Onan, refrigerado a ar, 2 cilindros e 10,1HP, 825cc. Três marchas à frente e uma à ré. Peso total 370 quilos. Freios hidráulicos nas quatro rodas. Amortecedores Austin A-40. Consumo 20 litros de gasolina a cada 400 km.

Fonte:
Revista de Automóveis (1954)

 


1955 PACKARD WOERDENBAG
 

 

Modelo único desenvolvido pela Woerdenbag Motors, de João Geraldo Woerdenbag, no Rio de Janeiro. Este modelo nasceu do primeiro carro de corridas construído no Brasil, e era então equipado com motor Studebaker de 8 cilindros e conjunto de suspensão Alfa Romeo. Após participar de competições entre 1939 e 1952, o proprietário da empresa, por volta de 1955, decidiu transformar o obsoleto bólido de corridas num carro de turismo. Uma nova carroceria conversível foi artesanalmente produzida, e o motor foi substituído por um da marca Packard. Ao que parece, o carro ainda existe, nas mãos de um colecionador de São Paulo.

 Foto: Revista Seleções, agosto de 1957.
Colaboração: Lindeberg de Menezes Jr.

 


1955 TUCKER CARIOCA


 
 
Preston Tucker, famoso pela malsucedida tentativa em lançar o revolucionário Tucker Torpedo no mercado norte-americano, desejava desenvolver um novo veículo, longe dos grandes mercados e das grandes montadoras que teriam levado sua primeira empreitada no ramo da fabricação de automóveis à bancarrota. No início dos anos 50, desembarcou no Brasil, e instalou um escritório no Rio de Janeiro.

Iniciou vários estudos, entre eles o de um automóvel pequeno, econômico, de acordo com as necessidades da população local. Porém, destacou-se o desenvolvimento de um automóvel esportivo de linhas ousadas, pára-lamas destacados, e o farol central ciclópico emprestado do modelo Torpedo. Também deste modelo emprestou as soluções mecânicas, entre elas a utilização do motor montado à traseira, desta vez um pequeno 4 cilindros, mais leve e econômico que o enorme motor aeronautico utilizado no Torpedo. A este projeto Preston Tucker deu o nome de Carioca, uma homenagem à cidade que o acolheu. Em 1956, antes que o projeto tivesse atingido estágios mais avançados, Tucker faleceu, e pouco restou do modelo Carioca além de alguns poucos desenhos.

Ilustração: Revista Car Life, dezembro de 1955.Colaboração de Lindeberg de Menezes Jr.


Adendo:  o motor do tucker (torpedo) era um motor aeronáutico, Franklin, de 6 cilindros opostos refrigerados a ar utilizado em alguns aviões como o Stinson  modelo 108-2. Aliás este motor é usado até hoje.
 Colaboração:  Fernando Aranha Fróes

 



1956 Centaurus 400




 
Foi o primeiro protótipo da série Centaurus. Consistia em um triciclo de tração dianteira. O motor, monocilíndrico, de dois tempos, tinha 400cm3, 12 HP, e era refrigerado a ar. O câmbio era de 6 marchas à frente e duas à ré, através de embreagem automática. Pesava em torno de 900kg, tinha velocidade máxima de 80km/h e um consumo de 5km/l.
Foi idealizado em 1956 por Renato Heinzelmann e Kleber de Araújo.

Fonte: Classic Cars
Colaboração de
Lindeberg de Menezes Jr.


 


1956 Joagar




 
Joaquim Garcia, mecânico de Jaboticabal-SP, no ano de 1956, construiu dois protótipos batizados de Joagar. O primeiro era um três volumes de dois lugares e dois cilindros. O segundo, uma Wagon, usava motor de quatro cilindros opostos, refrigerado a ar, câmbio de três marchas, a suspensão dianteira tinha molas transversais e a traseira molas semi-elípticas.

Fonte: Classic Cars
Colaboração de
Lindeberg de Menezes Jr.


 


1956 Jipe Baiano


 
Construído pelo professor José de Macedo, diretor da Escola Técnica de Salvador. Utilizou mecânica de um Ford 1929.
 
Fonte: Revista de Automóveis (1957)
 


1956 Alfa-Cadillac


 

 

 
Henrique Cassini transformou seu Alfa-Corsa fórmula 1 (monoposto) em um Alfa-Cadillac. Foi a solução encontrada para dar utilidade ao seu Alfa-Corsa, que não se prestava nem para cidade nem para turismo, apenas para corridas, e uma vez que a  fórmula 1 tinha sido cancelada. A carroceria foi feita a mão em alumínio. Motor Cadillac V-8 (1954), 5.400cc, 320HP a 5.200rpm. Transmissão monobloco de caixa de mudanças Alfa de 4 marchas sincronizadas e diferencial auto-blocante. Chassi Alfa-Corsa tubular . Rodas de Buick. Grade do radiador de Chevrolet 1955. Peso total 900kg. Alcançava facilmente 210 km/h

Fonte: Revista de Automóveis (1957)

 

1957 Lepper Special

 
Modelo único construído pelo piloto de corridas Raul Werner Lepper de Joinville-SC. Era um cupê esportivo de dois assentos impulsionado por motor Lincoln V-12, montado em sobre um chassi especialmente criado.
 

 
1958 ROMI-ISETTA 2 PORTAS

 

Além de versões utilitárias (pickup, furgão) de sua Isetta original, as Indústrias Romi planejavam lançar um novo modelo de passageiros que se adequasse às normas do GEIA no que diz respeito à categoria automóveis, ou seja, que estes tivessem uma capacidade mínima para o transporte de 4 pessoas. A proposta da Romi era muito semelhante ao modelo alemão Zündapp Janus, ou seja, um veículo com o motor montado entre os eixos, com o layout dianteiro se repetindo à traseira, dando a ilusão de que o veículo possuía duas frentes. Ao compartimento traseiro acrescentava-se um segundo banco, voltado para trás.

Fonte: BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Romi-Isetta, o pequeno pioneiro.Colaboração: Lindeberg de Menezes Jr.




1960 Joagar


 
Pick Up construída por Joaquim Garcia no ano de 1960. Tinha freios hidráulicos nas quatro rodas e motor de quatro cilindros opostos, com comando de válvulas no cabeçote, refrigerado a ar. Sua velocidade máxima era de 95km/h e seu consumo apenas 16km/l
 



1960 Jeep Saci











1960 (Sem nome)

 
Construído por Valdir e Reni Delazzeri, dois irmãos de 23 e 21 anos, na cidade de Garibaldi-RS. Com faróis de Lambretta, freios mecânicos, um motor de motocicleta Indian, frente inspirada em Ford 1957 e traseira em Impala 59.
 


1960 ????????


 
A fonte não revela o nome e características deste veículo esportivo mostrado no Salão do Automóvel de São Paulo de 1960. Consta apenas que tem carroceria feita em fibra de vidro e mecânica DKW. Quem tiver mais informações, por favor, entre em contato:  contato@carroantigo.com 

Fonte: Revista Quatro Rodas, fevereiro de 1961.Colaboração: Lindeberg de Menezes Jr. (o incansável colaborador)
 



1960 VEMAG CANDANGO ARPOADOR


 
Apresentado no Salão do Automóvel de 1960, o Arpoador consiste numa alegre versão praiana, que evocava alguns modelos em voga na Europa à época. Capota em forma de pálio e bancos forrados em tecido xadrez são as características mais marcantes.

Fonte: SANDLER, Paulo Cesar. DKW, a grande história da pequena maravilha.
Foto: CEDOC - ANFAVEAColaboração: Lindeberg de Menezes Jr. (o incansável colaborador)



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