|   MOTOR A EXPLOSÃO (SURGIMENTO) Por  volta de 1801, Philippe Lebon, chamado pitorescamente "o pai do gás de hulha",  requereu uma patente descrevendo o princípio de um motor baseado na expansão de  uma mistura de ar e gás inflamado.  Infelizmente Lebon  foi assassinado. A história pára aí, para só ser recomeçada mais de cinquenta  anos depois, quando em 1852, Jean Joseph Étienne Lenoir começa a trabalhar num  motor a explosão. Em 1858 Lenoir  tenta seu primeiro motor fixo, de explosão, movido a gás. Dois anos depois,  patenteia-o. Lenoir pensa,  então, em quebrar a rigidez do motor e colocá-lo num veículo. Transformar o  movimento retilíneo em movimento de rotação de um carro. Trabalhando  ininterruptamente em 1863 consegue montar um triciclo. O motor funcionava como o  de uma máquina a vapor. O combustível era gás de lulha ou óleo leve, proveniente  de xistos ou alcatrões, vaporizado em carburador tipo primitivo. A potência do  motor era muito pequena: 1,5 hp. Lenoir ainda não havia descoberto a importância  da compressão da mistura de combustível antes da ignição. Embora sob o ponto  de vista prático não tenha tido sucesso (e foi, mesmo, um fracasso - pois o  carro não pôde ser comercializado) nesse triciclo circulou entre Paris e  Joinville-le-Pont e, em virtude dele, Lenoir chegou a ganhar o Grande Prêmio  Argenteuil. Em 1880 um  matemático de ruão, Delamarre-Deboutteville, debruçado sobre os estudos de  Lenoir, consegue fazer um motor.  O motor era  horizontal, Chamou-o de "Simplex" e patenteou-o em 1884: 2 cilindros horizontais  ligados a um único eixo de manivela, munido de um diferencial. Transmissão por  corrente, como na bicicleta. O trabalho  pioneiro de Lenoir ficaria praticamente inútil para o automóvel se não fosse um  caixeiro-viajante. Um moço chamado  Nikolaus August Otto, que as bibliografias especializadas de automóvel, chamam  de "físico Otto"; outras, mais modestas, de "mecânico Otto". Mas a verdade é  que esse moço não era físico e nem mecânico: era um caixeiro-viajante. Curioso,  inteligente, porém um caixeiro-viajante. Otto era alemão.   Aquilo  despertou-lhe tal interesse, que é assunto nas próximas cartas que escreve à  noiva. A imaginação do  caixeiro não pára. E ficou meditando no assunto. Já se havia  descoberto o motor a explosão. "Como aproveitá-lo, mas aproveitá-lo bem" -  pensava Otto - "E talvez até num veículo automóvel?". Otto instala uma  pequena oficina. Depois, absorvido pelo seu trabalho, deixa o emprego de  caixeiro-viajante: "...hoje é um grande dia para mim" - escreve à noiva  comunicando a resolução. Um dia, quando  estava em sua banca de trabalho fazendo novas experiências com seu motor, ia  admitir gás e ar no cilindro de sua máquina - quando se lembrou de empurrar o  pistão novamente até onde e quando pudesse. Opistão funcionou como um  compressor, calcando o combustível no cilindro. Feito isso, ligou a ignição:  houve uma detonação seguida de rápidas e fortes rotações do volante da  máquina. Isso fez Otto  pensar maduramente. Chegou à conclusão que seria melhor comprimir a mistura do  combustível no cilindro, através do pistão, para depois incendiar a mistura.  Incendiando-a assim comprimida haveria uma forte pancada do pistão e essa  pancada produziria força. Mais tarde,  sintetizou sua observação e as conclusões a que chegou: 1)No primeiro  movimento (recuo do pistão) admitia o combustível; 2) No segundo  movimento, comprimia-o; 3)No terceiro  movimento, a pancada (explosão), criava a força útil; 4) No quarto  movimento (volta do pistão) havia a libertação e expulsão dos produtos da  combustão. Agora, como tirar  proveito dessa observação? Otto, que em  janeiro de 1862 virou o primeiro motor a quatro tempos do mundo, ainda não  estava satisfeito com sua criação: o motor era muito barulhento e as pancadas  das explosões martelavam com tal violência que não havia mancais ou articulações  que aguentassem por muito tempo. Mais tarde  associou-se ao engenheiro Eugen Langen e fundou a N.A. Otto & Cia., a  primeira fábrica de motores à explosão do mundo (1864). Em 1867, deixando  de lado seu motor de quatro tempos, que ainda estava engatinhando, levou seu  motor atmosférico para a II Exposição Mundial de Paris. Um cartaz dizia: "Le  moteur à gaz, système Otto & Langen, offre à I`ndustrie une force motrice de  1 `3 chevaux plus avantageuse que la machine à vapeur." Esse motor  surpreendeu o mundo não só pela regularidade de funcionamento mas,  principalmente, pela sua economia. Os discípulos de Lenoir, não acreditando que  ele fizesse, realmente, economia de duas terças partes de combustível usado por  outros motores depois de o examinarem detidamente ainda procuraram, por todos os  cantos, levantando cortinas e olhando o teto, se não havia algum cano oculto que  o alimentasse!. Aí começa um novo  capítulo da mecânica, marcada por aquela medalha de ouro que Oto ganhou, por sua  máquina, na Exposição de Paris - numa cerimônia a que estiveram presentes  Napoleão III e a Imperatriz Eugênia. Embora  condecorado, Otto não se julgava realizado. Transferiu as instalações de sua  primeira e precária fábrica para Deutz., um subúrbio de Colônia, onde até hoje  se encontra sua sucessora. Lá, com capital aumentado, pessoal especializado,  contratou os serviços e a capacidade técnica de um senhor chamado Gottlieb  Daimler que seria, pouco tempo depois, uma das estrelas no firmamento do  automobilismo. Por coincidência Daimler escrevia para a sua mulher fazendo um  desenho no canto da carta: "Daqui vai nascer uma estrela e eu espero que ela  abençoe a nós e a nossos filhos". Otto, que não  descansava na sua porfiria para domesticar a explosão no seu motor de 4 tempos,  um dia imaginou injetar primeiro ar no cilindro depois o combustível. Na hora da  compressão a camada rica ficava junto da ignição e o ar, mais próximo do pistão,  funcionava como acolchoamento, para suavizar a pancada. A realidade mostrou que  a teoria estava certa - e Otto conseguira domesticar a explosão. A partir de 1876  começa, em ritmo industrial, a construção do novo motor de Otto, pai de todos os  motores à explosão modernos. Sua patente de número DRP 532, torna-se a  patente-base do motor moderno e a patente mais combatida do mundo! ![]()  | 
EU FIZ ESSE BLOG PARA MEU AVÔ ISMAEL QUE ADORA CARROS E MOTOS,E PRA TODOS QUE CURTEM TAMBÉM..... ***DEUS SEJA LOUVADO***
domingo, 10 de julho de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)

Nenhum comentário:
Postar um comentário