AMPHICAR – CARRO ANFÍBIO  (1961-1968)O Amphicar  roda sem problemas pelas ruas e estradas e não embaraça na hora de enfrentar a  água (rio, lago ou represa). Tem capacidade para quatro pessoas e alguma  bagagem. Estavam  ainda em fase de teste, quando três deles atravessaram o Canal da Mancha,  debaixo de uma tempestade, o que comprovou sua segurança. Em matéria  de técnica, o Amphicar não tem nada de excepcional. É apenas um carro bem  planejado: motor inglês Triumph S4 de 1.147cm3 e 43HP a 4500RPM, colocado na  traseira, com tração nas rodas de trás. Só havia o modelo conversível. Era  oferecido em quatro cores: Beach White, Regatta  Red, Lagoon Blue and Fjord Green (Aqua). Uma caixa de  transferência parecida com a dos jipes se incumbe de fazer funcionar duas  hélices de nylon que o Amphicar leva fixas, na traseira. Dar marcha à ré dentro  d’água também não é problema, pois a caixa permite a reversão.  A suspensão   do Amphicar é independente nas quatro rodas, com molas helicoidais e  amortecedores telescópicos reguláveis. O eixo traseiro é oscilante. Mas, ao  contrário do que se espera, a suspensão não é macia nem proporciona segurança  nas curvas em alta velocidade. A explicação é simples: por causa das hélices e  também para facilitar as entradas e saídas na água, o Amphicar é bastante  alto, com centro de gravidade elevado. Por isso, a suspensão tem de ser rígida,  para evitar batidas no momento de manobrar à beira da água. Apesar  disso, depois de se acostumar com o carro, o motorista nem percebe que está  guiando um anfíbio. Água não  entra. Por baixo do chassi existe uma plataforma que lembra o fundo de um  barco e que proporciona vedação perfeita. As rodas  saem desse casco, como acontece com os eixos das hélices nas  embarcações. O  Amphicar não usa leme: as rodas dianteiras desempenham o papel com  precisão surpreendente. As portas fecham contra borrachas de vedação e têm um  trinco suplementar de pressão, que precisa ser usado antes de se entrar na água.  Se, por algum motivo o carro começar a fazer água, é só apertar um botão no  painel, que uma bomba elétrica de grande capacidade devolve o líquido para  fora.  
 As chapas de  aço da carroceria passam por tratamento especial que evita a ferrugem. Quando a  navegação for em água salgada, a única recomendação especial é lavar bem o  veículo depois do passeio. Para sair da  água, é preciso fazer tudo ao contrário. Ao chegar à rampa, quando as rodas  começarem a tocar no fundo, basta desligar as hélices e engatar a primeira e  acelerar.  Os freios  funcionam com razoável eficiência (mesmo depois do banho). Com algumas freadas  volta tudo ao normal. O carro em  terra pode ser considerado um automóvel com todas as letras. Tem assentos e  encostos dianteiros reguláveis, acomoda quatro pessoas com bastante folga e é  facilmente “guiado”. Chega a lembrar um pouco o Volkswagen, nesse  aspecto. Quem dirige  o Amphicar pela primeira vez estranha bastante as relações entre as marchas, que  são curtíssimas. Na hora de  correr, é bom usar pouco as marchas, pois acabam logo. Tem velocidade máxima  aproximada de 120km/h. Em matéria  de equipamento o Amphicar é bom. Além da bomba de água, dispõe de lavador  de pára-brisa, luzes de navegação, relógio elétrico, velocímetro e odômetro.  Luzes indicam a pressão do óleo, facho alto dos faróis, pisca-pisca, ignição e  bom funcionamento das hélices. Dispõe também de cinzeiro, acendedor de cigarros  e aquecimento interno (o que é um exagero num carro conversível feito para andar  na água). Um acelerador manual permite descansar o pé direito na hora de  navegar, quando é preciso manter regimes constantes de rotações, cujo máximo  corresponde a 16km/h. O Amphicar é  um carro de desempenho bastante razoável tanto em terra como na água. De  construção simples, robusta, linhas agradáveis, oferece conforto como automóvel.  Manutenção relativamente fácil (mecânica Triumph).  Um dos  inconvenientes era o seu preço, que era alto. Foram produzidas um total de  apenas 800 unidades de 1961 a 1968.  
   
    
 
Para  navegar, é suficiente empurrar para a frente o comando conversor |    
 
Se entrar água por um motivo qualquer, basta apertar um  botão no painel que a bomba se encarrega do  resto |  
  
 
1961 - Protótipo  Alligator   
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